sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Eu o amava incondicionalmente, até os seus deslizes eram graciosos, podia-se ver que eram deslizes por pura busca do acerto. Conhecia cada gesto e feição daquele estranho, como se fosse algo de minha responsabilidade, fazia parte de mim vê-lo tão radiante. Até que um dia me deparei com o seguinte desejo: seria tão bom se ele ao menos imaginasse o que sinto. A partir desse desejo, percebi que podemos amar sem nos darmos conta do quão anônimo esse amor seja. Conte ao seu espírito a imensidão do amor que você sente por si mesmo. Acredite, você se ama muito mais do que imagina.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Mamãe me dizia que eu deveria crescer com tamanha liberdade para que fosse possível alçar voo ao infinito. Quem diria se a sociedade me desejasse o mesmo. Fazer com que seus sonhos se tornem realidade é o combustível que te faz ligado a esse mundo tão cruel. O limbo em constante alvoroço que você conserva te consome aos poucos. O tempo não é mais o mesmo e você não vê as cores com tanto brilho como antes. Seus sentimentos se ofuscam presos na vontade de se prender em sinceridades alheias. O único calor que te consome é o da sua febre de cansaço. O espelho embaçado do banho mascara as horas perdidas em busca dos seus sonhos, mas você insiste em apodrecer e fuzilar aos poucos aquilo te motiva: o que você vai ser quando crescer? Nunca deixe seus sonhos pelos cantos choramingando por atenção, ou você os doma, ou eles te consomem em amarga tristeza de não ter tentado!

sábado, 29 de junho de 2013

Eu me pergunto porque pessoas vem e vão nessa parábola chamada vida. Você se sente descrente, impotente, imaginando a causa do ocorrido e nunca encontra o exato sintoma de que compreendeu verdadeiramente a essência disso tudo. Você se perde e se reencontra com o apoio de alguém que mesmo sem saber, com suas singelas palavras consoladoras consegue te tirar desta escuridão constante. Você cresce e só percebe a mudança nítida quando depois do caos, você observa que se iluminou de forma a compartilhar seu brilho com os demais a sua volta. Cada um de nós é um universo e as estrelas são as pessoas. Estrelas morrem, mas antes de se dissipar pelo cosmo eterno, deixam com as demais estrelas e constituintes do meio, um pedacinho de si mesma, contribuindo para a evolução de todo o imenso infinito negro chamado universo.

domingo, 14 de abril de 2013

Desfilava num salto preto e com um vestido nada longo, gostava de enamorar-se no espelho e dizia com frequência a si mesma que aquele pequeno espaço era pouco para seu brilho. Apesar de ser tão submersa em sua mente complexa, tinha um altruísmo digno de salvadores universais. Via a sua volta muitos Narcisos que insistiam em se perder no seu relicário amaldiçoado chamado ego. Centralizava de forma absoluta seus objetivos, pensava no mesmo espaço de tempo em um aglomerado de dimensões diferentes. Acreditava em suas próprias criações fantasmagóricas e se considerava forte o suficiente para qualquer imprevisto. Não temia a morte, mas se desfazia e renascia aos sussurros de uma voz que acalentava até o mais inquieto dos corações rebeldes. Pedia aos céus para morrer, mas morrer de amores. Olhava seus próprios olhos vermelhos de insônia e se via nas carícias de um ser que a fizesse sonhar acordada. Havia encontrado algo que não era dessa dimensão. Via a sua projeção em um outro alguém que tirava seus sorrisos como notas das mais serenas melodias. Se dividia e refazia a mistura dos dois, só para ver que ser problemático seria criado dessa explosão sensorial em seus devaneios rotineiros. Corria adrenalina nas veias quando se olhavam e quando se beijavam o sangue retrocedia. Sabia da essência da vida, era algo que fazia com que se reinventasse a cada dia, voltava a ser menina e diluía todos os dilemas da vida.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Tão jovem e tão tolo por pensar que já havia passado por todos os problemas possíveis e por se considerar autosuficiente no quesito experiência. A única coisa que podia enxergar através da fumaça do cigarro, eram as luzes do café logo a frente. Fazia frio, sentia sono, queria ser alguém, queria poder mudar de opinião tão rápido quanto os outros ao seu redor. Vivia querendo e nunca fazendo. Vivia se anulando e chamava aquilo de crescimento. Descanse criança, aprenda, aceite, sorria e vá adiante, você não irá ganhar todo o infinito se queixando e desistindo. Você apenas está crescendo, descansa, descansa.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Nunca traia a si mesmo dizendo que não pode ser capaz. A capacidade tem a geometria do universo, portanto é impossível saber o seu determinado limite, até que ponto se pode chegar. O que pode conter dentro dessa geometria são inúmeras possibilidades de mudança, de evolução e de sabedoria. Além de ser genuíno de sua própria natureza, tão bela natureza. Não há problema ou situação que não possa ser sanado. Não há carvão que um dia não possa ser lapidado. Não haveria você se não houvesse um passado. Persista, evolua, continue. Este plano é apenas o começo da eternidade.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Entre os destroços que ali existiam, ainda havia sobrevivido traços de esperança. Nada como aquela lembrança pífia do tão doce e amargo sentimento que fez tudo se desmanchar em questão de segundos. Sabia que todos nós somos arquitetos por natureza, que entre esse imenso azul e marrom haviam coisas que nem os maiores pensadores poderiam decifrar. Concluiu que o único e sábio destino a se guiar seria o de dançar conforme a música. Uma melodia que não havia ouvido antes, mas que por ter dançado tantas outras músicas, com certeza dançaria melhor que muitas outras vezes. Tinha tanto em tão pouco, mostrava muito em singelos dizeres, gostava mesmo era de ensinar com os olhos. Era apaixonada por ideias, admirava diversidades, se escondia entre os seus suaves sorrisos. Depois de longo tiquetaquear do relógio, havia aprendido que poderia dançar e cantar aquela bela canção. De tão bela, quantas delas, viraram emoção.