domingo, 23 de setembro de 2012

Disse adeus e se foi, com o coração com peso de pluma me deixou. Isso me tocou de verdade, mas o que posso esperar das pessoas? O que devo exigir? Devo esperar algo? A grande questão é esperar demais, contar demais, necessitar demais. Na maioria das vezes se esquece a verdadeira definição do amor. O amor é a ligação entre duas almas que estão em sintonia harmoniosa, portanto, nada de caráter físico separa esse sentimento. Então porque tanto medo? Porque insegurança? No fundo já assimilamos que nada é para sempre e o medo do fim é constante. Mas porque temer algo que nada separa? No fundo já sabemos que esse sentimento não é de todo verídico, e o nosso subconsciente deixa escapar feixes luminosos que sinalizam que não devemos nos entregar inteiramente. O amor verdadeiro, não exige, não cobra, não assusta, ele simplesmente acontece, perto ou longe de quem se ama. O elemento frustrante dessa relação é esperar e cobrar algo que não é de nosso direito, entregar parte de nós mesmos que deveriam ser confiadas somente a nós mesmos e então, analisadas e concluídas por nós. Realmente nos iludimos muito em relação ao amor e consequentemente nos sentimos feridos, atingidos. Ame a ti mesmo, espere mais de si mesmo e se autocomplete. Não espere nada de ninguém, apenas construa o seu próprio caminho independente, pois automaticamente com essas ações, algum dia o que lhe pertence na mais pura verdade irá acontecer e ai sim, você saberá na prática, a definição do verdadeiro amor, o amor espiritual.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Seus olhos suspeitos me diziam que era algo além de amar. Sentia misteriosamente um sublime sentimento que exterminava qualquer dor que fosse existente. A paz ali reinava, enquanto seus olhos simplesmente me diziam para seguir em frente. Em silêncio, a alma aguardava mais algum espetáculo daqueles olhos, no intuito de se perder no infinito. O toque, o cheiro, o tempo, os momentos, estavam guardados nos seus olhos. Só nos seus olhos, somente! Ali, como em um milhão de estrelas estava gravada parte da história do universo, eu estava gravada em você e a nossa história brilhava no negro dos seus olhos. Só nos seus olhos! Meus sonhos estavam em seus olhos, a dor gravada em mim se refletia em alegria só nos seus olhos. Tão só seguia, com a certeza de que algum dia seus olhos seriam os meus olhos, tão sonhados olhos.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Carmelita ainda era menina quando descobrira que o marasmo espiritual era o equilíbrio para todo e qualquer ser humano. Seu clássico balé foi deixado de lado por um novo hábito: escrever. Era dona de belas poesias, dona de si mesma e do mundo que conquistaria com o passar dos anos. Crescer e se acostumar com a hipocrisia humana já não lhe afetava mais. A cada ano que se passava, a desilusão de si mesma a consumia. Escreveu sua própria história sem rascunho. Carmelita era indecifrável, tão misteriosa quanto o vento que acaricia os ouvidos do mais leigo até ao ancião. As lembranças ruins eram pífias, só não as deletava porque considerava isso como aprendizado. Era aluna eterna do cosmo, assim como todo ser que persiste em acertar. Tinha personalidade própria e um sorriso no rosto cintilante, quase tão brilhante quanto o seu coração, que se declarava dependente da virtude de amar. Amava com o coração, sabia o verdadeiro significado disso e conhecia a verdadeira essência. Errava feliz, tendo a consciência que havia descobrido a verdadeira noção de acerto. Aos poucos foi se descobrindo, se revelando, e concluiu que se descobrir perante a eternidade era uma incógnita jamais conhecida, impossível de ser dividida, que só está a prova de ser vivida.
E se acontecer algum imprevisto e você não puder ir ao dia do nosso encontro, sinta minha presença ao seu lado pelo resto de sua vida, mesmo nunca tendo me encontrado.