quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Carmelita ainda era menina quando descobrira que o marasmo espiritual era o equilíbrio para todo e qualquer ser humano. Seu clássico balé foi deixado de lado por um novo hábito: escrever. Era dona de belas poesias, dona de si mesma e do mundo que conquistaria com o passar dos anos. Crescer e se acostumar com a hipocrisia humana já não lhe afetava mais. A cada ano que se passava, a desilusão de si mesma a consumia. Escreveu sua própria história sem rascunho. Carmelita era indecifrável, tão misteriosa quanto o vento que acaricia os ouvidos do mais leigo até ao ancião. As lembranças ruins eram pífias, só não as deletava porque considerava isso como aprendizado. Era aluna eterna do cosmo, assim como todo ser que persiste em acertar. Tinha personalidade própria e um sorriso no rosto cintilante, quase tão brilhante quanto o seu coração, que se declarava dependente da virtude de amar. Amava com o coração, sabia o verdadeiro significado disso e conhecia a verdadeira essência. Errava feliz, tendo a consciência que havia descobrido a verdadeira noção de acerto. Aos poucos foi se descobrindo, se revelando, e concluiu que se descobrir perante a eternidade era uma incógnita jamais conhecida, impossível de ser dividida, que só está a prova de ser vivida.

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