segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Olhei pros meus 365 dias e senti como se tivesse revivido cada dia na memória. Amadureci muito mais que 365 dias, ganhei muito mais que 365 coisas, revivi muito mais que 365 vezes. Foi um ano tão bom que até ganhei um dia a mais, um dia a mais pra viver, nada como 366 dias. Devo agradecer as pessoas, as mudanças, as decisões, as inovações, as discussões. Foi mais um, que venha mais outro e que seja sempre novo. Feliz 2013 pra vocês.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Eram diversos os sentimentos que brotaram naquele dia ensolarado num verão de quarenta graus. O seu sorriso era como o sol e o seu beijo como o vento que batia no meu rosto e deslizava sobre meus cabelos. O seu calor era proteção, me refrescando dos quarenta graus. Não era um simples sentimento, naquele momento experimentei de um êxtase unido com o cheiro de ter você ali comigo. Nos seus braços, senti que eu estava segura de que aquilo, era o melhor que poderia nos acontecer. Aquela era a nossa hora. Tinha um toque suave, suas mãos acariciando meu rosto. Dedilhava seus cabelos e contava fio a fio. Você adormeceu e eu apenas te observei, aquilo me descansava a alma e me dava uma sensação de confiança que nunca havia sentido. Naquele instante em que você abriu seus olhos, recebeu meu sorriso de boas-vindas e você sentiu que aquela realidade te fazia sonhar acordado. Era um elo que não poderia ser cortado, ter você ali, ao meu lado.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Com cara de choro e sem entender ao certo o que se passava, tomava o café da manhã sentindo o cheiro de morte que anos atrás sentia, quando a alma pedia consolo, euclausurada numa caixa complexa de matéria perecível, sufocada, pedia por liberdade. A revolução foi concluída com sucesso, mas inúmeras feridas que ali surgiram, nunca mais foram sanadas. A alma ganhou vida nova e ainda não conheceu a verdadeira liberdade. Das mulheres que conhecia, ela se sentia a mais frágil, a mais insegura, porém a mais racional em certos casos. Analista e calculista na maior parte do tempo, fingia não ter sentimentos só para ver quem realmente aceitaria o seu pior, para em seguida, ter o seu melhor. O melhor pra vida inteira. Você nem imagina, mas pensava em você todas as noites, na melhor das intenções. Não haviam dores, nem sofrimento, só melancolia e vontade de ser, ser alguém que ela nunca havia sido. A cara de choro era pelo sonho que havia tido e o cheiro de morte, era a morte da prisão da alma, que agora sim, estava de encontro com a felicidade plena.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Nada de meloso, nada de submisso, nada compulsivo, nada doentio. Esse era o tipo de amor sincero que a sociedade doente havia perdido e insistia em procurar no vazio. Tamanho era o conflito, que as definições de amor verdadeiro foram trocadas por sentimentos insanos que ao passar do tempo eram substituídos por sentimentos opacos e sem vida. Amar é a cegueira dos olhos e não mais aquela visão de uma realidade madura. Esse sentimento tão nobre, realmente existe para poucos, apenas para aqueles que enxergam além do que seus olhos densos podem ver. O amor do século é uma coleção de livros empoeirados na estante antiga que fica no peito, bem guardados, daqueles que começamos a ler e não nos interessamos pelo final. Apenas se entregar, nada de pensar, impulso, primeira vista, nada perto do tão sonhado mundo altruísta. Caminhando sempre rumo ao individualismo egoísta os "tolo sapiens" se definem donos do maior raciocínio dentre os seres vivos. Vamos ver até onde o nosso declínio chegará.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O cheiro da chuva me fazia sentir o cheiro que eu sentia antes de estar aonde estou. Me lembro das últimas palavras sombrias que eu lhe disse em sinal do meu tão grande aprendizado. Era tudo puro, com cheiro de campo e com a sensação de que o paraíso estava diante dos meus olhos. Quando você chorava, com a intensidade da chuva que cai lá fora, eu me sentia o seu sol. Mas me sentia tão distante de você quando o seu inverno chegava. E tão inconstante você se encontrava, à procura de respostas que nunca seriam encontradas. Seus olhos eram ira de si próprio com aquela melancolia de anos atrás. Eu reconhecia seus olhos diante do espelho e via a verdade diante de mim. Tudo a partir dali fazia sentido. O coração batia num ritmo diferente, no ritmo de paz profunda, mas a dor ainda permanecia entre as paredes do meu pensar. Eu via você no espelho, no céu negro e também na chuva de hoje, na melancolia do ontem e te desenhava, quem sabe num futuro não tão distante. Corre que a vida tá lá fora e você alma, não pode ficar aonde está, vá, deixe estar.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Em meio a tempestade e caos, com a energia superior a mil megatons e a devastação que eu havia passado, retornei ao meu estado inerte de pensamento obscuro que estava sempre a procura de alguma ocupação fútil que me entregasse nas mãos a sensação de que daqui pra frente correria tudo bem. Ciente até mais do que de costume do que estava a caminho, situei-me em meio ao universo em constante evolução e deparei-me com a grande questão: do que me vale palavras se me faltam atitudes? A acidez da vida já tinha destilado quase que todo o seu veneno. Seria inútil esperar com que palavras alterassem o efeito natural de ter que progredir para evoluir. A evolução era inevitável, a mudança era esperada e as novas formas de pensamentos foram as que surgiram de inesperado. Surpreendi-me ao reparar que se passara tão pouco para mudança de tanto. Um tanto quanto não esperado, afinal, carvão nenhum se transforma em diamante de um dia pro outro.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Tudo começou quando percebi que haviam borboletas voando em meu estômago. A sua presença me deixava desesperada, porém, com uma alegria infinita. Era primavera, o auge da estação das flores em meu espírito, era um turbilhão de emoções que se contentavam em apenas te ver ao longe. Sua energia vibrava de acordo com a minha mais sublime inocência, era calmaria. Seu sorriso indecifrável, seus mistérios, seu olhar doce, me entorpeciam da mais pura admiração. Quando você se aproximou, as borboletas voaram para meu coração, deixando-me na mais pura harmonia com o belo. Era a perfeição no modo mais simples e singelo de viver, era soma, era algo que me cativava cada dia mais. Depois de longo tempo, as borboletas voaram pela minha boca e conheceram a liberdade e todo aquele encanto inicial se desfez e transformou-se em lembrança, nada mais do que um sorriso saudoso ao falar de você. Até que por fim, chegou o inverno em meu espírito e tudo se tornou sólido e racional, como nunca foi antes. Desde então me perdi no irreal, sonhando com a próxima oportunidade de sonhar acordada.

domingo, 23 de setembro de 2012

Disse adeus e se foi, com o coração com peso de pluma me deixou. Isso me tocou de verdade, mas o que posso esperar das pessoas? O que devo exigir? Devo esperar algo? A grande questão é esperar demais, contar demais, necessitar demais. Na maioria das vezes se esquece a verdadeira definição do amor. O amor é a ligação entre duas almas que estão em sintonia harmoniosa, portanto, nada de caráter físico separa esse sentimento. Então porque tanto medo? Porque insegurança? No fundo já assimilamos que nada é para sempre e o medo do fim é constante. Mas porque temer algo que nada separa? No fundo já sabemos que esse sentimento não é de todo verídico, e o nosso subconsciente deixa escapar feixes luminosos que sinalizam que não devemos nos entregar inteiramente. O amor verdadeiro, não exige, não cobra, não assusta, ele simplesmente acontece, perto ou longe de quem se ama. O elemento frustrante dessa relação é esperar e cobrar algo que não é de nosso direito, entregar parte de nós mesmos que deveriam ser confiadas somente a nós mesmos e então, analisadas e concluídas por nós. Realmente nos iludimos muito em relação ao amor e consequentemente nos sentimos feridos, atingidos. Ame a ti mesmo, espere mais de si mesmo e se autocomplete. Não espere nada de ninguém, apenas construa o seu próprio caminho independente, pois automaticamente com essas ações, algum dia o que lhe pertence na mais pura verdade irá acontecer e ai sim, você saberá na prática, a definição do verdadeiro amor, o amor espiritual.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Seus olhos suspeitos me diziam que era algo além de amar. Sentia misteriosamente um sublime sentimento que exterminava qualquer dor que fosse existente. A paz ali reinava, enquanto seus olhos simplesmente me diziam para seguir em frente. Em silêncio, a alma aguardava mais algum espetáculo daqueles olhos, no intuito de se perder no infinito. O toque, o cheiro, o tempo, os momentos, estavam guardados nos seus olhos. Só nos seus olhos, somente! Ali, como em um milhão de estrelas estava gravada parte da história do universo, eu estava gravada em você e a nossa história brilhava no negro dos seus olhos. Só nos seus olhos! Meus sonhos estavam em seus olhos, a dor gravada em mim se refletia em alegria só nos seus olhos. Tão só seguia, com a certeza de que algum dia seus olhos seriam os meus olhos, tão sonhados olhos.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Carmelita ainda era menina quando descobrira que o marasmo espiritual era o equilíbrio para todo e qualquer ser humano. Seu clássico balé foi deixado de lado por um novo hábito: escrever. Era dona de belas poesias, dona de si mesma e do mundo que conquistaria com o passar dos anos. Crescer e se acostumar com a hipocrisia humana já não lhe afetava mais. A cada ano que se passava, a desilusão de si mesma a consumia. Escreveu sua própria história sem rascunho. Carmelita era indecifrável, tão misteriosa quanto o vento que acaricia os ouvidos do mais leigo até ao ancião. As lembranças ruins eram pífias, só não as deletava porque considerava isso como aprendizado. Era aluna eterna do cosmo, assim como todo ser que persiste em acertar. Tinha personalidade própria e um sorriso no rosto cintilante, quase tão brilhante quanto o seu coração, que se declarava dependente da virtude de amar. Amava com o coração, sabia o verdadeiro significado disso e conhecia a verdadeira essência. Errava feliz, tendo a consciência que havia descobrido a verdadeira noção de acerto. Aos poucos foi se descobrindo, se revelando, e concluiu que se descobrir perante a eternidade era uma incógnita jamais conhecida, impossível de ser dividida, que só está a prova de ser vivida.
E se acontecer algum imprevisto e você não puder ir ao dia do nosso encontro, sinta minha presença ao seu lado pelo resto de sua vida, mesmo nunca tendo me encontrado.