quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O cheiro da chuva me fazia sentir o cheiro que eu sentia antes de estar aonde estou. Me lembro das últimas palavras sombrias que eu lhe disse em sinal do meu tão grande aprendizado. Era tudo puro, com cheiro de campo e com a sensação de que o paraíso estava diante dos meus olhos. Quando você chorava, com a intensidade da chuva que cai lá fora, eu me sentia o seu sol. Mas me sentia tão distante de você quando o seu inverno chegava. E tão inconstante você se encontrava, à procura de respostas que nunca seriam encontradas. Seus olhos eram ira de si próprio com aquela melancolia de anos atrás. Eu reconhecia seus olhos diante do espelho e via a verdade diante de mim. Tudo a partir dali fazia sentido. O coração batia num ritmo diferente, no ritmo de paz profunda, mas a dor ainda permanecia entre as paredes do meu pensar. Eu via você no espelho, no céu negro e também na chuva de hoje, na melancolia do ontem e te desenhava, quem sabe num futuro não tão distante. Corre que a vida tá lá fora e você alma, não pode ficar aonde está, vá, deixe estar.

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